terça-feira, 9 de setembro de 2008

VINHO CHILENO INVADE MERCADO BRASILEIRO


Queda do dólar incentiva vendas da bebida produzida no país sul-americano, que já responde por 33% do mercado brasileiro. Argentina vem logo atrás, com 27% do total

Os incentivos para exportação, especialmente aos participantes do Mercosul, está renovando de forma decisiva o fôlego de produtores de vinhos finos chilenos e argentinos. Juntos, os dois países já respondem por 60% do mercado nacional, dominam as gôndolas de supermercados e casas especializadas. No país, que aos poucos aprende a apreciar a bebida, 73% dos vinhos finos, branco, tinto e rosé são importados e 27% estão divididos entre os produtores nacionais. Em 2008, vinicultores irão reforçar campanhas para divulgar e popularizar no Brasil o consumo da bebida milenar, ainda muito tímido se comparado a números europeus e também sul-americanos.

Em 2007, a queda do dólar impulsionou as importações especialmente do Chile, país que mantém suas vendas em escala ascendente já respondendo por 33% do mercado brasileiro. De acordo com dados da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra) a Argentina vem logo atrás com números expressivos, 27%. Os europeus dividem a terceira, quarta e quinta colocação, Itália, 15%, Portugal, 12%, e França, 5%. No Brasil, 20% dos vinhos consumidos são finos, 80% correspondem a bebida comum. Os brasileiros beberam aproximadamente 70 milhões de litros do produto no ano passado. Importadores estimam que o crescimento do comércio com o país andino e a Argentina cresceu 12% em relação a 2006.

Enfrentar a competição dos importados está cada vez mais difícil para os vinicultores brasileiros. De acordo com produtores, as explicações para a invasão dos chilenos e argentinos está na carga tributária menor, no grande volume da produção e no baixo custo do processo produtivo. Eles apostam que o grande trunfo para a bebida nacional está no aumento do consumo, que ampliaria a produção.

A intenção é tornar o vinho bebida comum, em todas as suas formas e preços, das classes C, D e E, grandes consumidoras de cerveja e aguardente. Como explica o diretor de Marketing da Uvibra, José Alberici Filho, enquanto países da América do Sul consomem 30 litros de vinho por habitante e europeus chegam a consumir 60 litros, o Brasil consome apenas cerca de 2 litros. O crescimento tem sido lento, mas uma evolução de alguns pontos no consumo foi notada nos últimos cinco anos, animando a produção nacional, que sai do Sul e ganha as demais regiões do país. “O vinho ainda tem um rico mercado para explorar e muito a crescer, desde a bebida de jarra até o produto sofisticado”, observa Alberici.

Thiago Henrique Meneses, gerente da Casa Rio Verde, especializada em vinhos, confirma que a bebida chilena é a mais vendida, seguida pelos rótulos argentinos. “Observo que, de um modo geral, o brasileiro está bebendo mais vinho, o que aumenta o consumo também de nacionais e europeus”, comenta.

Os rótulos sul-americanos, especialmente aqueles com preços entre R$ 15 e R$ 40, foram destaque de vendas no ano passado. De acordo com Frederico Martini, proprietário da Domus Importação Exportação & Consultoria , três fatores dão aos importados preços competitivos: o frete, a redução de impostos do Mercosul e a redução do custo do seguro. “Enquanto o frete de um contêiner da Europa custa U$ 800, por exemplo, o frete da América do Sul fica entre U$ 300 e U$ 400, o que reduz também o valor do seguro.”

Na opinião do importador, 2007 foi o ano da bebida sul-americana. “Enquanto importamos seis contêineres argentinos e chilenos, estamos comprando um francês”, afirma. Para o diretor de Marketing da Uvibra, a competição tem seu lado positivo: “A produção de vinho nacional já se expande além das fronteiras do Sul”.

2 comentários:

Nature disse...

Na minha opiniao, os vinhos chilenos sao os melhores, principalmente quando se trata de cabernet sauvignon.

Anônimo disse...

Os brasileiros estão tomando gosto pelo vinho, a cada ano vem aumentando o consumo pela bebida que está agradando não só pelo paladar mas também pelo preço.
Hoje, estamos consumindo um bom vinho não só em casa mas também nos restaurantes. Com a queda do dolar podemos degustar bons vinhos importados principalmente da América do sul. Encontramos em qualquer supermercado da cidade, vinhos chilenos e argentinos de qualidade e com preços populares, mas não podemos deixar de lado, os vinhos nacionais que a cada ano vem melhorando a qualidade e aquecendo o mercado que cresce de forma impressionante e com isso vém agradando os empresários do ramo, principalmente no sul do país onde estão as maiores e melhores vinículas do Brasil.